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Foto do escritorRaphael Figueiredo

Fantasilandia

A escolha de Santiago para comemorar os meus 25 anos veio após eu não ter juntado dinheiro suficiente para fazer a minha viagem dos sonhos. Mas, como não podia deixar passar em branco, pensei imediatamente na capital chilena para realizar dois outros sonhos: ver a neve pela primeira vez e conhecer o Fantasilandia, tido como o melhor parque de diversões da América do Sul. O Fantasilandia está localizado no gigantesco Parque O'Higgins, uma espécie de Central Park chileno com arena multiuso, pistas de corrida, salões de spa e relaxamento, e uma ampla área verde. O Fanta só ocupa um pequeno espaço da área.

É bem fácil chegar no Fantasilandia. O método mais barato é o metrô que serve uma grande área de Santiago. O parque não chega a ser umas 4 estações do centro da cidade. Dá para entrar tanto por dentro do Parque O'Higgins (mais indicado) quanto por fora, pela rua paralela.

Entrando pelo Parque O'Higgins você logo vê a imponente Raptor, montanha-russa invertida igual a FireWhip do Beto Carrero World, e o Fly Over, uma torre com cadeiras que giram livremente pelo céu. Mas, antes de curtir essas atrações, era necessário pagar 81 reais (14.990 pesos chilenos) para entrar no Fantasilandia.

Com ingresso em mãos, passei pelas catracas e segui direto para a Raptor. Tive a primeira boa surpresa do dia: poucas filas, mesmo em um sábado! Mesmo operando com apenas um trem, esperei pouquíssimo tempo para encarar uma montanha-russa bastante intensa e bastante confortável para a fama do seu modelo. Quase não bati a cabeça e me diverti DEMAIS!

Eu não esperava que a Boomerang fosse se tornar a minha favorita do parque, e tampouco a minha Boomerang favorita de todos os tempos. O trem novo realmente te dá uma liberdade sensacional, e faz você curtir todo o percurso de forma muito tranquila! Fui tanto no primeiro assento quanto no último. Apesar do último oferecer uma experiência que bateu um pouco minha cabeça, a Boomerang continuou sendo meu amor aquele dia!

Continuando meu roteiro pelas montanhas-russas do Fantasilandia, parei na novíssima Tren Minero, que chegou diretamente da África. A experiência nela foi incrível! Claramente a melhor opção familiar que temos aqui na América do Sul (desculpa Vurang). O trenzinho maluco não perde velocidade em um único momento e é diversão para todas as idades! Além disso, o sininho fica batendo o tempo todo!

Eu estava indo para Wild Mouse porém não resisti ao ver os giros e a música animada do Top Spin. A versão do Fantasilandia pode ser itinerante mas seus ciclos são sempre diferentes um do outro, e junto com o chafariz na atração dão um toque muito especial. Fui várias vezes, porque assim como todo o Fantasilandia, não tinha fila!

A falta de filas não é porque o parque estava vazio. Pelo contrário. O Fanta tem tanta atração que o público é perfeitamente espalhado e não deixa criar filas gigantes. O máximo que peguei foi realmente 10 minutos na Raptor e na Wild Mouse. Por falar nela, finalmente fui e continuo com o ranço desse tipo de montanha-russa. Quase não girou e é bem brutinha. Nada supera a Wild Mouse chinesa do Parque de la Costa até hoje.

Estava certo que ia encarar o Disk'o antes de almoçar, porque eu sei que esse brinquedo me enjoa e ia dar ruim caso fosse depois do almoço. Entretanto, alguém disparou vômito no brinquedo inteiro forçando o parque fechar a fila para fazer a limpeza. A minha maior surpresa foi que eles deram fura-fila para compensar o transtorno! Lição de atendimento ao visitante!

Já que o Disk'o tinha melado (literalmente), segui para o outro lado do parque, até para tirar um pouco mais de fotos. No caminho, fui no Volare (chapéu mexicano) e vi toda a manutenção do Tsunami. O mais interessante é notar a configuração dessa parte do parque totalmente similar ao Playcenter.

Chamado de "Playcenter chileno", por ter claramente se inspirado no parque de diversões paulista, o Fanta também carrega alguns elementos dos Six Flags, como a arquitetura dos prédios. É a perfeita combinação! Não consigo chamar o Fanta de temático, mas que ele é super arrumadinho e cheio de jardins, isto é.

A Zona Kids também lembra bastante o Playcenter. Lotado de atrações infantis fofas, as crianças passam o dia inteiro lá fácil. Foi nesse momento que andei na quinta montanha-russa do parque, a Dragon, que deu 3 voltas. Muito confortável!

A Zona Kids tem de tudo: carrossel, balanços, pequenas torres, trenzinhos e até um mini-mini-mini Splash! Para as crianças maiores, o The Pirate Revenge é uma atração maravilhosa: guerrinha de arminhas d'água. Passei longe porque estava um frio de 11 graus e não queria me molhar. Mas isso não adiantou muito... mais para frente vocês saberão porquê.

Enquanto caminhava para o AirRace, vi um simulador nostálgico e antológico, daqueles que têm no RollerCoaster Tycoon 2. O Astroliner apenas balança de um lado para o outro, mas o Fantasilandia cuida incrivelmente bem dessa atração, colocando efeitos especiais bastante legais dentro e uma televisão de alta definição.

Eu não tinha almoçado até o AirRace, e ainda bem que não fiz isso. O brinquedo é INCRÍVEL e super te desorienta o tempo todo! Meu estômago não curtiu muito, já que o AirRace me deixou extremamente enjoado! Perto do AirRace, um Twister muito fofo tematizado de abelinhas rodava.

Precisava respirar e me tranquilizar um pouco, então resolvi ir logo no RapidRiver. O Fanta tem pouco espaço, então não tinha como eles construírem uma corredeira estilo Rio Bravo do Hopi Hari. A solução criativa veio: uma atração rara nos parques mundo afora que é metade corredeira, metade toboagua. A boia é toda inflável e você fica bem molenga todo o percurso. Eu achei que não ia me molhar... errado! Fiquei encharcado!

Para me secar, andei um pouco pela região até chegar no Evolution, atração clássica dos parques de diversões que se despede esse ano para a construção da nova atração de 2020. Ao contrário do Evolution do Hopi Hari, o do Fanta usa todos os ciclos possíveis! Vai deixar saudades!

Ali perto, tem o CINE 4D e dois restaurantes imensos. Eu fiquei chocado pela quantidade de pontos de alimentação, e consequentemente a variedade de culinária: japonesa, mexicana, estadunidense e chilena! Aproveitei para comer logo antes que eu desmaiasse de fome. Mal sabia que seria o melhor lanche que já havia comido em um parque de diversão: hambúrguer de costela com MUITO queijo e batata frita. Estava no paraíso!

Com a barriga alimentada, fui direto para o Fly Over, uma torre com cadeiras giratórias. Altíssima, da para ver toda Santiago e a Cordilheira dos Andes cheia de neve! Uma vista para se guardar para todo o sempre. O Fly Over tinha a fila mais demorada do parque, cerca de 20 minutos, mas usei o fura fila que havia ganhado no Disk'o.

Falar nele, fui ver se ele já havia voltado e sim! Fui contra todos os meus princípios e fui nesse brinquedo logo depois que havia acabado de comer. Mantive meus olhos rentes a frente para não causar sensação de enjoo e consegui passar ileso! Continua sendo um dos brinquedos que mais me metem medo por conta da sensação que o disco sairá dos trilhos ao chegar em alta velocidade nas extremidades.

Depois dele, fui ver a animação do Tagadá, que estava cheio de reggaeton e k-pop. Impagável ver a cara da galera caindo! Tão engraçado quanto era ver as pessoas saindo da Monga assustadas. Porém, no Crazy Dance, a galera estava saindo enjoada mesmo!

Olhei o Kamikaze diversas vezes, e passei. Não dá gente. Sempre acho que quando entrar nesse brinquedo algo muito louco vai acontecer. Ele me passa uma sensação de fragilidade absurda!

Já estava de noite quando descido ir no Xtreme Fall, a torre de queda livre. QUE TORRE É ESSA? Ao subir, uma música aleatória começa a tocar (a minha foi "Turn Down for What") e as cadeiras só caem no refrão da música. ISSO GERA UM TEMPO ABSURDO LÁ NO TOPO, O MAIOR QUE FIQUEI EM UMA TORRE! Gerou também uma ótima e forte memória!

Infelizmente estava muito frio para descer no Black Hole, um toboágua de parque aquático adaptado para descida com boias. Super legais essa atração e mais uma para o quadro diferentão do Fantasilandia! Uma outra coisa legal que notei são "os guardiões de fila", que é um cargo que o parque dá a oportunidade de idosos trabalharem e vigiarem pessoas que ficam furando fila.

A única baixa do dia foi o SuperHero, atração nova de 2019 que estava em manutenção. Poderia ter ido no Castillo Encantado, um típico "Castelo dos Horrores" mas não estava em condições de pagar para levar sustos.

Ficou muito óbvio que o Fantasilandia é um parque de dois dias. São MUITOS brinquedos e é realmente quase impossível você aproveitar todos em apenas em único dia. O fator diversão do Fantasilandia é muito alto, e na minha opinião, ele é o melhor parque de diversões da América do Sul de longe. Para vocês terem ideia, o único defeito que achei foram as luzes dos brinquedos, que em alguns tinham muitas queimadas.

Voltaria fácil ao Fantasilandia e estou ansioso para sua mudança de lugar para aumentar de tamanho. Acredito que o potencial deles é enorme, visto que também é o único parque da América do Sul que traz uma nova atração todo ano!

Saí do Fantasilandia com uma sensação incrível de dia que valeu a pena e um amor pelo parque chileno que não havia mais tamanho. Estava me recusando ao sair do parque, porém os seguranças estavam dizendo "fechou, volte amanhã!". Uma pena que eu tinha que voltar para casa...


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Resumão do Fantasilandia:

Alimentação: Fast-food. Meu lugar favorito para comer foi a lanchonete com hambúrgueres de costela e queijo em frente ao FlyZone. Entretanto, o Fantasilandia oferece outras opções variadas de alimentação, como comida japonesa!

Como chegar: O aeroporto mais próximo é o de Santiago (SCL). Para chegar ao parque, é recomendável ir de carro, Uber, ou pegar o metrô e descer na estação Parque O'Higgins.

Dica campeã: O Fantasilandia fica aberto sempre aos fins de semana e feriados (fora do período de férias). Programe sua viagem para contemplar pelo menos duas visitas ao Fantasilandia!

Filas: tranquilas (-30min) a moderadas (+60min). Dê preferência em chegar ao parque pela manhã cedo e correr para o FlyZone.

Melhores atrações: Raptor, Boomerang e XtremeFall.

Melhores meses para visitar: Janeiro a Março.

Melhor ordem de brinquedos dentro do parque: Raptor / Tren Minero / Tagada / Top Spin / Disko / Wild Mouse / Kamikaze / Boomerang / ALMOÇO / Rapid River / Tsunami / Volare / The Pirate Revenge / Black Hole / AirRace / Spider / Xtreme Fall / Super Hero / Fly Over

Preço: CLP 14.990 (pesos chilenos) ~ aproximadamente R$ 90,00

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